quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O mundo das celebridades

Até que enfim um veículo de massa se comporta de forma responsável e comenta a realidades das reles mortais que suam e muito para voltar ao corpo, vamos dizer, normal (?) após a gravidez. Estamos fartas de exemplos vazios de celebridades que mal pariram a criança já estão nas revistas alardeando ser a nova Barbie!  Tudo bem, as celebridades vivem disso. Infelizmente, por outro lado, elas têm um poder enorme sobre as outras mulheres. Taí o problema. A colunista da Folha de São Paulo, Nina Lemos, fez um texto (muito bom!!!) que fala sobre o assunto.

Comentário: Famosas decretam o fim do resguardo


NINA LEMOS

COLUNISTA DA FOLHA

O que você faz depois de ter um filho? No que depender do exemplo das celebridades brasileiras (e do que é noticiado sobre elas) você deixa o album do bebê de lado e o descanso fica para outra hora. Isso não é importante. Não há tempo a perder. A única coisa urgente é que você entre em forma imediatamente. Depois que isso acontecer, você vai ser capa de uma revista contando como "queimou" 15 quilos em um mês. A revista vai vender bastante. E virar notícia na internet.

Para isso, é preciso correr (literalmente). Coisa que a atriz Giovanna Antonelli fez essa semana. E, claro, virou notícia. Pouco mais de um mês depois de ter gêmeos, a atriz já malha por aí com uma personal trainner do lado. "Duas semanas após o parto já estava me exercitando", disse a moça, que foi submetida a uma cesariana.

Do outro lado do mundo, naquela parte onde ficam as pessoas anônimas, uma moça olha tanto esforço e se sente uma fracassada. Como assim, só eu que tenho filho e fico meses e meses me sentindo flácida e meio gorda? Será que eu sou preguiçosa? Ou pouco esforçada?

No que depender do esforço (físico) das celebridades, a culpa das mortais só vai aumentar. A apresentadora Adriane Galisteu avisou essa semana que vai se submeter a um "sério" tratamento. Objetivo: recuperar a barriga malhada após ter sido mãe de Vittorio. Passar fome e "suar" nesse caso é pouco. É preciso ter um corpo perfeito. E que todas as marcas da gravidez sejam apagadas. Imediatamente, por favor. Para isso, que tal um caro e dolorido tratamento com laser?

As celebridades decretam assim o fim do resguardo. Se você seguir o exemplo delas (e é isso que se espera que aconteça, infelizmente) vai se sentir um lixo. Sim, porque mulheres normais depois que têm filho ficam com olheiras (nem todas têm babás vestidas de branco, alô!), e demoram um tempo para entrar naquela antiga calça jeans. Mas a vida é dura. Por isso, enquanto você cuida do seu filho se sentindo meio acabada, uma famosa conta na capa da revista o quanto fez de esforço, o quanto "fechou a boca". É como se ela gritasse para você: fracassada! Preguiçosa! E, o pior de todos os xingamentos contemporâneos: gorda!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Limites e sentimentos

Ser permissiva é muito diferente de dar limites. Talvez seja essa coisa de limites uma das partes mais complicadas do relacionamento entre pais e filhos. E saber expressar a medida do limite, com respeito, autoridade, sem ser grosseiro, é um desafio. Eu mesma, não sei se consigo.
Algumas vezes adoto uma linha duríssima, categórica; noutras, sou mais maleável. Em outras, grito, simplesmente.

Hoje de manhã, assim como em alguns episódios, foi um show aqui em casa. Menino não quer acordar, não quer tomar banho, quer tomar café da manhã na hora que bem entender, quer buscar o brinquedo para levar para a escola quando está dentro do elevador, quer botar o cinto de segurança da cadeirinha sozinha.... Jesus! Estamos atrasados!!!!!

Não aguentei e resolvi mostrar que eu também fico chateada, que me incomoda muito ter que administrar uma situação repetitiva e que poderia ser diferente. Reclamei, fui dura e me surpreendi. Eles se comovem e se importam com isso. Lembrei exatamente da descrição de cena de uma colega que tem gêmeas me relatou quando depois de receber os carões, ficaram se abraçando dentro do elevador, como se reconhecessem que estão errados e que se solidarizam com o outro. Fiquei com vontade de rir na hora, mas não dá.

O fato é que, depois, ficaram disputando a minha mão, querendo mais abraços e mais beijos na despedida na escola. Perceberam minha insatisfação e quiseram agradar, garantir o lugar no coração da mãe. Claro que não cedi a esses encantos.

Então, não acho errado uma mãe demonstrar aos seus filhos que algo não vai bem entre eles. É uma relação que vai adiante e deve ser como qualquer outra. As crianças não são intocáveis e devem também ter o desejo de melhorar. Mesmo que, na volta da escola, eles já tenham esquecido tudo o que passou. Uma hora, quando precisarem, eles vão se lembrar.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sobre as novas mães reféns de babás

Quando eu era pequena, lembro-me que nunca, nem eu nem as minhas outras duas irmãs ou ainda os meus primos, tivemos babá, nesses moldes que conhecemos hoje, de uma pessoa exclusiva para estar ao lado em cada respiração que a criança der. Minha mãe e meu pai sempre trabalharam, tinham vários empregos e a gente ficava em casa com uma pessoa que atuava muito mais como uma secretária do que propriamente babá.

Quando os meus meninos eram menores, as babás eram motivo de verdadeiros dilemas. Hoje, gracias!, não são mais. Mas ainda me assusto e tento não julgar aquelas mães que têm as babás como pessoas até mais importantes do que os próprios filhos.  Meus filhos têm babá, uma pessoa que me ajuda em casa  ou quando estou trabalhando e de quem nós gostamos muito. Mas, quem cuida é a mãe e o pai deles. A referência somos nós!

O fato é que, conversando com uma amiga casada com um pediatra, várias reflexões surgiram, a partir de relatos de comportamentos rotineiros entre as mães modernas. Mães inseguras relatando que se não for como a babá faz, o filho não dorme, não come, não brinca.... E elas acreditam! Não conhecem nem o próprio filho e ficam reféns de uma pessoa que deve ser uma solução e que acaba virando um problema.

Outra: delegam tarefas de responsabilidades, como levar ao médico, para fazer exames ou ainda administrar remédios sem uma orientação, a outras pessoas. Ou ainda não mantém nenhum contato com a criança e transferem o convívio doméstico e social para a babá. De mãe mesmo, só o nome.

Uma vez levei o meu filho menor a uma consulta médica e, assim que entrei no consultório, o doutor me perguntou se "eu" não tinha babá, se eu tinha vindo sozinho com ele.  Eu disse que tinha babá sim, mas que  ela não estava ali. Imagino que ele se espantou com a situação: uma jovem mãe sozinha com seu filho, sem uma bábá para segurar a sacola ou ficar com o menino enquanto ele conversava comigo... Nossa sociedade está repleta de fórmulas prontas, estereótipos, vícios. Criamos novas necessidades e também novos problemas. 

Outro dia, fui a um aniversário que, além da lembrancinha da criança, a babá também ganhava uma personalizada. Por que os pais também não ganham, eles não merecem? Não desmereço em nenhum momento o papel dessas pessoas que têm a tarefa árdua de cuidar dos nossos filhos enquanto estamos ausentes ou que nos ajudam em casa. Mas acho que as mães estão dando uma importância demasiada à terceirização do cuidado com as crianças, ao invés de se preocupar em participar.

Eu mesmo, faço essa autocrítica. Às vezes, me pego restringindo passeios, viagens ou alguma tarefa porque a babá não pode ir ou porque não quero ter o trabalho de ir sozinha com duas criaturas que não param um minuto sequer. As experiências que tive consomem a paciência, mas não são terríveis e resultam até em bons momentos. É claro que é difícil, mas tem que existir.

Então, ficamos pensando: as mães de hoje, na qual me incluo entre elas, não estão preparadas para assumir de fato a tarefa prazerosa e trabalhosa de cuidar dos filhos? Esses jovens modernos, pais e mães que trabalham muito e têm muitas responsabilidades não querem ter trabalho dando banho, alimentando, cuidando, brincando, colocando para dormir, administrando birras, acordando de noite quando os pequenos estão doentes??... É, não é fácil mesmo!

A nossa conclusão foi que é mais fácil "terceirizar" para a babá, principalmente quem pode pagar por essa estrutura, do que colocar realmente a mão na massa. Em compensação, perdem  momentos maravilhosos, diminuem a confiança entre pais e filhos, fragilizam desde cedo uma relação cujo fortalecimento acontece na infância. As mães não querem ter o "trabalho" de cuidar dos filhos, que não têm culpa dessa situação e aprendem desde cedo que carinho, atenção e amor podem ser terceirizados. Definitivamente, não dá para terceirizar um abraço, um cheiro, o olho no olho, as mãos dadas.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Em busca de um corpo perdido


Um dia, a ficha cai. E cai mesmo. Não tenho o mesmo entrosamento com os espelhos da minha casa como antes. Com pouco mais de uma dezena de quilos a mais, uma silhueta "avantajada" e uma pele de barriga e seios que já foi esticada pela passagem quase ininterrupta de dois meninos, estou hoje aqui querendo voltar a um período de dez anos atrás.

Não dos momentos, mas só do físico. Como é difícil perder peso, fechar a boca para os prazeres dos jantares que ultimamente são os nossos programas mais assíduos e também manter o pensamento focado e fazendo mundos e fundos conspirar em torno da sua hora de ginástica (de seis à sete da manhã, tá bom?!!) e do cumprimento da sua dieta!!! Ufa!

No último domingo, numa saída para pizzaria com mais dois casais amigos e filhos, optei pela salada. E o próximo encontro, num bar de chopp maravilhoso recém-inaugurado, ficou para daqui um mês. E olhe lá!

O fato é que quando os meninos são pequenos, a gente fica tão fissurada neles que deixa muitas coisas para depois. Inclusive a luta contra os quilos ganhos. Eu mesmo, na hora de optar em ir para a academia ou ficar mais um pouquinhos com um deles, optei pelo quê? Claro optei em não ir para academia, caminhar, correr ou qualquer coisa do tipo. Opção consciente, sem arrependimentos. Mas poderia ser diferente, pois hoje sei que é preciso estabelecer o nosso próprio tempo, porque senão somos consumidas pela maior ou menor exigência de seres tão pequenos, mas que ocupam um espaço enorme nas nossas vidas.

Em nenhum momento deixei minha vaidade de lado e acho até que ela vai muito bem. Mas não existe a mesma disponibilidade de antes. Como muitas mulheres, busquei fórmulas milagrosas, "bolinhas", dietas líquidas e até pensei numa cirurgia plástica geral. Mas tenho medo de morrer! Então, estou ainda na luta e parece até que estou comemorando antes de vitória. nada!
Estou é apostando que, um dia, vou vestir um biquíni de lacinho de novo.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Histórias musicadas para crianças na Zastras




Muito legal esse grupo ZipZap Contos e Canções. As crianças ficam hipnotizadas! Quem tiver oportunidade de ir, vale a pena, não só pela loja de brinquedos, que é bem diferente, mas também pela diversão da meninada. Grande oportunidade para controle do consumismo....
Será nesta sexta-feira, 13 de agosto, às 18h30min.
Serão três histórias:
-Um menino que odiava livros- Manjucha Pauaque
-Petrus- o menino do coração de pedra-Monica Serra Silveira
-Como se fosse dinheiro-Ruth Rocha (Adoro!)
A Zastras fica na Av. Virgílio Távora, 665, um shoppinzinho em frente ao Monte Carlo.









segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Esse negócio de birra

Meu menino mais novo, de 3 anos e 7 meses, está naquela fase de que "tudo quer, tudo pode e nada aceita". Pense na confusão que ele faz quando é contrariado ou recebe um NÃO. Arremessa as coisas no chão e no ar, se joga onde quer que esteja, grita, chora, me chama de "feia, baixinha, dentuça e baleia" - tudo o que o Cebolinha chama a Mônica - e o pior é que ainda não consegue se controlar e acaba batendo em quem tiver pela frente.....

Sei que ele não é diferente das demais crianças e também sei que a minha preocupação não é diferente da das outras mães. Ah, mas como é difícil lidar nesses momentos!!! Eu e meu marido estamos fazendo um esforço para não nos exaltarmos e tentar ajudá-lo a conversar e externar a sua raiva. Às vezes dá certo, outras vezes não.

Mas o fato é que chegou um texto muito legal no meu e-mail e que é muito bem fundamentado, da psiquiatra infantil Tatiana Malheiros Assumpção, publicado no site Psiquiatria Infantil.com.br. (http://www.psiquiatriainfantil.com.br).

Um oásis no meio do deserto em que nos encontramos quando não sabemos o que fazer. Vale muito a leitura!


BIRRA E CASTIGO

Tatiana Malheiros Assumpção*

Poucas coisas conseguem por à prova a paciência e a tranquilidade dos pais como a birra dos filhos. Não é raro ver situações em que os adultos parecem tão perdidos e descontrolados quanto as crianças. Mas, afinal...

O que é a birra?

A birra, ou raiva passageira, é uma forma imatura de expressar ira ou aborrecimento. Geralmente, manifesta-se através de choro, gritos, pontapés nos móveis, cabeçadas na parede... As crianças ficam vermelhas e depois roxas, chegam a perder o fôlego. Não é nada fácil continuar calmo com um escândalo desses!

Apesar de incômodas, as birras fazem parte do desenvolvimento normal, estando presentes, principalmente, na fase que vai de uma a três ou quatro anos de idade. Na idade escolar, elas já devem ter desaparecido ou ser bastante raras. Obviamente, há diferenças entre as crianças, segundo seu temperamento, sendo que algumas são mais sossegadas que outras. No entanto, uma criança quieta e tranqüila demais é mais motivo de preocupação que outra, que faz birras de vez em quando.

1. Quais são seus motivos?

O surgimento das birras está ligado a processos de autonomização das crianças, ou seja, ao fato de que elas, conforme crescem, vão se tornando mais independentes. O problema é que isso começa a ocorrer num período em que elas ainda são muito pequenas e não podem tomar decisões e cuidar-se sozinhas, levando à vivência de muitas frustrações.

As crianças querem fazer tudo, mexer em tudo, pedir tudo e não podem, por suas próprias limitações. Além disso, os pais devem impedi-las de uma porção de coisas, que não devem ou não podem fazer. Tudo tem seu tempo, mas elas ainda não são capazes de entender isso. Ao contrário dos adultos, as crianças ainda não conseguem adiar um prazer para depois ou esperar para concretizar seus desejos. Querem tudo para já! Isso acontece porque elas ainda não têm a noção de tempo e de futuro, tornando a espera em algo muito difícil. Conforme elas vão crescendo e esse desejo de "quero tudo agora" vai sendo superado, as birras vão diminuindo gradualmente.
Também não se pode esquecer que muitos daqueles que são descritos como maus comportamentos são, na verdade, atitudes que contrariam as idealizações dos pais.

2. Como lidar com a birra?
Para começar, deve-se ensinar as crianças que a birra não funciona e que os pais não mudarão de opinião por causa delas. Por volta dos três anos de idade, já se pode começar a ensinar as crianças a expressar seus sentimentos com palavras, já que sentir raiva é normal, mas devemos expressa-la de forma apropriada. (Dizendo, por exemplo, "você está com raiva porque...").
Quando ele conseguir se controlar, expressando-se corretamente e mostrando-se disposto a cooperar, elogie-o! Não se pode esquecer que todos, as crianças inclusive, gostam de ser reconhecidos em seus esforços e sucessos!

Os critérios de certo e errado também devem ser estáveis e coerentes, para que a criança possa saber exatamente o que pode ou não fazer. Se os pais não conseguem concordar entre si quanto às normas para os filhos, ou se mudam de idéia conforme seu humor, a criança ficará sempre insegura e com medo, sem nunca saber a quais regras deve obedecer. Educa bem quem usa bem as palavras e os atos, acompanhados de "olho no olho" e silêncios cheios de sentido; acertam na educação dos filhos os pais que sabem escutar. Pais que usam palavras vazias e que fingem ser "o amigão", abrindo mão de sua autoridade de pais podem estar cometendo uma "fraude educativa".

Castigos e punições excessivos, como também prêmios sem merecimento, podem causar um efeito negativo na formação das crianças.
O melhor a fazer é prevenir, tomando as precauções possíveis para que as crises não ocorram. Muitas crianças tendem a fazer mais pirraças quando estão muito cansadas ou animadas, com fome ou doentes, pois tornam-se menos capazes de enfrentar situações frustrantes. Assim, evitar que a criança fique muito cansada ou excitada faz com que seja possível controlar melhor suas emoções. Interromper ou mudar atividades que sejam muito complexas para ela também ajuda, pois impede que se frustre por não conseguir fazer o que quer.

LEMBRE-SE: O processo educacional deve ser de caráter preventivo e contínuo (e não apenas sermões e surras na hora das crises). Mas nem sempre a prevenção funciona.

Nesse caso, o melhor é começar pelo que não fazer. Os pais devem ser um bom modelo de auto-controle, sem perder a calma, sem gritar e sem bater na hora de lidar com as birras dos filhos. Muitas vezes, o mais difícil quando se enfrenta uma criança muito irritada é controlar a própria raiva. (E há pais que acabam fazendo "pirraças de adultos" em resposta às birras dos filhos!).

Também não se deve ceder, pois então a criança pode encontrar nas birras um modo de conseguir tudo o que quer, tornando o comportamento cada vez pior. As explicações podem ser oportunas, mas apenas depois que a crise passar. Tentar explicar qualquer coisa durante um ataque de raiva é perda de tempo.

Sabido o que não fazer, vamos passar agora ao que pode ser feito, uma vez que as birras já estejam em andamento:
-Apoiar e estimular a criança que faz birra por frustração ou cansaço: se a criança não consegue fazer algo (por exemplo, um jogo mais complexo ou o dever de casa), o melhor é demonstrar compreensão e oferecer ajuda. Levar uma bronca porque não conseguiu resolver o problema de matemática só piora a decepção da criança consigo mesma.
-Não dar importância para as birras motivadas pelo desejo de chamar a atenção ou conseguir algo: enquanto a criança continuar no lugar e não apresentar comportamento destrutivo, pode-se deixá-la fazer pirraça tranqüilamente. Muitas vezes, se vence pelo cansaço.
-Expressar seu desagrado com palavras, sem perder o controle e sem discutir, e mudar de cômodo também ajudam. Depois que a crise passar, deve-se assumir uma atitude amistosa e normalizar as coisas. (Lembre-se: birra de adulto só piora o problema!).
-Arrastar fisicamente a criança que tem uma birra porque não quer fazer algo importante: se a criança se nega a fazer algo sem importância, como tomar um lanche ou descansar na cama ao invés do sofá, ignore o problema antes que aconteça a birra.

Por outro lado, se a criança se recusar a fazer algo importante, como ir para a escola ou deitar-se para dormir, obrigue-a a cumprir o dever e ignore as birras. Avisar alguns minutos antes que tal ou qual coisa deverá ser feita pode evitar algumas crises, mas se a birra começou, deixe que se estenda por dois ou três minutos e leve a crianças para onde tem que ir, mesmo que seja necessário puxá-la pelos braços (sem violência).

-Utilizar castigos temporários se a criança tem comportamentos perturbadores ou destrutivos, lembrando sempre que os castigos devem ter por objetivo dar normas e limites a ela: levar a criança para seu quarto e mandar que fique lá por alguns minutos (três a cinco) serve como punição para comportamentos inaceitáveis (como agressão física ou destruição de objetos da casa).

-Dominar a criança quando ela tiver birras que possam causar danos ou machucar alguém: se a criança perder o controle totalmente, pode ser necessário contê-la fisicamente (a melhor forma é segurando-a por trás, mantendo seu corpo em contato com as costas dela e os braços ao redor de seu corpo, segurando os dela). Deve-se fazer isso também quando a criança corre o risco de se machucar (por exemplo, quando se joga violentamente para trás), mantendo-a no colo até que ela se acalme e comece a relaxar.

-Se as birras acontecem em locais públicos, o melhor a fazer é agir como em casa: levar a criança para um canto e esperar que se acalme. A prevenção também funciona, evitando levar a criança a situações que ela não é capaz de suportar (um dia de compras muito longo, por exemplo) e procurando distraí-la enquanto se faz outra atividade.

3. E as famosas palmadas?
Embora um tapa e um espancamento sejam diferentes, o princípio que rege os dois tipos de atitude é exatamente o mesmo: utilizar a força, o poder e o medo para conseguir alguma coisa. No caso das crianças, que obedeçam alguma ordem ou que interrompam um comportamento inadequado ou uma crise de birra. O problema é que bater em crianças pode resolver o problema no momento, mas é um ótimo jeito de criar monstrinhos no futuro.

Uma surra pode ter um efeito imediato, mas a longo prazo a criança voltará a ter o mesmo comportamento anterior. Afinal, o fato de dar um tapa ou uma surra por causa de um comportamento errado não fará com que o comportamento certo apareça. A criança precisa ser ensinada a fazer o que é certo, através de explicações e conversas. Muitas vezes, a criança faz algo de errado sem saber que aquilo não podia ser feito.

Na verdade, muitos pais preferem a surra porque é mais fácil e toma menos tempo que uma conversa, além de fazer com que a criança pare imediatamente de ter o mau comportamento (afinal, dor e choro são incompatíveis com qualquer outra atividade). Mas, como já foi visto, essa interrupção é apenas temporária, enquanto a dor (ou sua lembrança) estiver lá e a pessoa que deu o castigo estiver por perto.

O castigo físico provoca reações emocionais, como medo, choro e ansiedade, que podem aparecer em outras situações que não as de punição. Se as surras forem muito intensas ou freqüentes, essas respostas emocionais podem se tornar parte da personalidade dessas crianças, prejudicando-as para o resto de suas vidas. Além disso, a palmada não resolve os conflitos entre pais e filhos e pode piorar cada vez mais as relações, pois em vez de pensar no que fez, a criança fica com raiva de quem a agrediu e perde a confiança nos pais, que é a base para que ela se sinta amparada e segura em sua vida.

Por outro lado, a criança pode aprender que é através da agressão física que se consegue o que se quer, passando a apresentar condutas agressivas em casa e na escola e a esconder tudo o que fizeram com medo da punição.

Outras conseqüências negativas do castigo físico contra crianças são:
- Auto-estima negativa
- Comportamento agressivo
- Dificuldades de relacionamento
- Dificuldades em acreditar nos outros
- Infelicidade generalizada
- Mau desempenho na escola

4. E se a birra não for normal?


Apesar de tudo, existem situações em que as birras saem do controle e as medidas que discutimos são ineficazes ou insuficientes. Nesse caso, é necessário um auxílio profissional (de médicos ou psicólogos), que estejam habilitados a atender crianças no seu dia a dia.
Deve-se procurar ajuda se:
- A criança se machucar ou machucar os outros durante as birras
- As birras ocorrerem cinco ou mais vezes por dia
- As birras também acontecerem na escola
- A criança tiver vários outros problemas de comportamento
- Algum dos pais (ou cuidadores) também tiver episódios de raiva, gritos ou agressividade e não conseguir se controlar
- As recomendações contidas neste folheto não surtirem efeito em duas semanas
- Restarem outras dúvidas ou preocupações

*Psiquiatra da Infância
Projeto Distúrbios do Desenvolvimento do Laboratório de Saúde Mental do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP-USP)Site do PDD: http://disturbiosdodesenvolvimento.yolasite.com

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mais diversão!

Fortaleza é uma cidade que ainda não despertou para o potencial do entretenimento em família. Às vezes, é difícil encontrar um lugar diferente, envolvente, acessível, de acesso rápido, para ir com toda a turma. Nos arredores da capital cearense existem algumas opções que prometem momentos inesquecíveis para as crianças e, é claro, também para os pais.

Complexo Y-Park
Parque ecológico que nasceu do Museu da Cachaça, um espaço a 30km de Fortaleza que resgata a história do cultivo da cana de açúcar e é relacionado à família Teles, que produz a conhecida cachaça Ypióca, entre outras, no Ceará. Além da questão histórica, em um lugar que reproduz uma mini-cidade do interior, o local tem um parque de aventuras, com tirolesa, caiaque, passeio em jardineira, pedalinho, mini-charrete puxada por carneiros, uma pocilga com muitos porquinhos mamando na dona porca, filhotinhos de carneiros. Muito divertido para as crianças!

O complexo tem restaurante com comidas regionais e também uma lanchonete que faz tapioca na hora. Uma delícia!

Agora, precisa reforçar o protetor solar, porque, apesar de ser próximo da serra, é muito quente, e também é bom manter a garrafinha de água sempre por perto.

O site do Y-Park é lindo e completo, tem informações sobre os demais serviços.
http://www.ypark.com.br/


Terra da Aventura-Apoena Ecopark



Fica em Pacatuba (30 Km da capital). Nunca fui lá, mas meus filhos já foram várias vezes em passeios da escola e adoraram. Isso porque é cheio de atrativos. Imagine que lá tem um avião (de verdade!) estacionado que se transforma em sala de cinema onde é possível fazer um passeio pelas belezas naturais do Ceará, fazendinha com bichos como galinhas (claro!), avestruzes e um pônei, um mini park aquático, para refrescar e equipamentos de aventura como a tirolesa, caiaque. O espaço é de turismo de lazer e de aventura.

MAIS INFORMAÇÕES:
Apoena Ecopark, Rua Major Crisanto de Almeida, 2170 - Centro, Pacatuba/ (85) 3257.4400 3345.2020 · 8764.0352
http://www.terradaaventura.com/index.php?pagina=parque_apresentacao

terça-feira, 6 de abril de 2010

Isabela e a culpa coletiva

Muito bom para reflexão o artigo da diretora da sucursal da Época Ruth Aquino, da última edição da revista, em 01/04/10.


Fogos de artifício, risos e aplausos. O que leva a massa a comemorar com felicidade a comprovação de um crime monstruoso contra uma menina de 5 anos? Por um lado, a vontade de dizer: fiz parte do júri popular que condenou o pai e a madrasta. Mas Isabella também desperta a consciência do medo de si mesmo. Milhões de crianças sofrem maus-tratos em casa. Tapas, beliscões, chutes, socos, safanões, queimaduras, chineladas, abusos sexuais.
E a maioria desses dramas continua oculta. Alguns milhares de casos chegam a hospitais e delegacias, denunciados por vizinhos, médicos e professores. Ou devido a complicações em ferimentos e fraturas. Como classificar de “morte acidental” um crime contra uma criança indefesa? Um adulto que descarrega sua força, seu ódio e frustrações contra um bebê ou uma criança deveria saber que esganar um filho pode asfixiá-lo.

No Brasil, cerca de 18 mil crianças são vítimas de violência doméstica por dia, segundo a Sociedade Internacional de Prevenção de Abuso e Negligência na Infância (Sipani). Parentes próximos – mães em primeiro lugar, pais, madrastas e padrastos – causam 80% das agressões físicas contra crianças. De hora em hora, morre no mundo uma criança queimada, torturada ou espancada pelos pais ou responsáveis, segundo o Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Como definir “maus-tratos” contra uma criança? Palmadas são maus-tratos? Um beliscão que deixa marca vermelha é abuso? Puxar a criança desobediente pela orelha é crueldade? Dar uma chinelada ou bater de cinto sem causar hematoma é repugnante? Agarrar o bracinho infantil com raiva até deixar a marca dos dedos adultos é covardia? Ou os “maus-tratos” são agressões mais graves, como queimar com cigarro ou ferro, quebrar os ossos com pancadas, esbofetear o rosto e estuprar?

Como mãe, diria que todas essas atitudes são maus-tratos inadmissíveis. Pais não são perfeitos. Nós explodimos. Mas quem recorre à força contra crianças deve se tratar. A agressão contra os filhos, não importa o nível, é um mal que precisa ser combatido com terapia, remédios ou o que seja. Antes que se torne um vício ou ocorra uma tragédia. Evitam-se assim traumas para toda a vida. Famílias agressoras produzem filhos violentos.

Mais chocantes que qualquer pesquisa são as cenas que o médico Jorge Paulete, legista aposentado e professor de medicina legal, testemunhou: “Quanto mais deslavada a mentira dos pais, pior. Eu me lembro de uma criança de 2 anos toda quebrada. E a mãe dizia: ‘O senhor sabe, é que ela tentou trepar na geladeira para pegar o pinguim’. Vi criança com bolhas horríveis na boca, porque os pais, irritados com um palavrão, tinham esfregado malagueta crua nos lábios. Vi criança queimada porque tinha feito xixi. Os pais resolveram sentá-la na chapa do fogão para ela aprender a nunca mais fazer isso”.

A estatística da surra sem marcas não existe. É uma doença social sem registro. Muitos pais e mães que condenam os Nardonis como monstros cometem pequenas atrocidades sem perceber.

“A reação dos pais a uma desobediência do filho depende do bem-estar do casal”, diz a terapeuta familiar Roberta Palermo. “Se a mãe está tranquila, e o filho joga um copo de vidro no chão, ela dá uma bronca, explica que está errado e o ajuda a limpar. Se ela se irritou no trabalho ou com o marido, perde a paciência e o controle.”

Para Roberta, o estresse é o grande vilão. Por isso, há menos agressões a filhos entre os ricos. A mãe que conta com ajuda, creche e babá tem mais paciência. A mãe pobre e sobrecarregada fica mais nervosa e não sabe se impor a não ser pela agressão. Lemos histórias de mães que acorrentam os filhos em casa para sair para trabalhar. Além do estresse, há o alcoolismo. O pai operário que chega tarde e cansado depois de beber dificilmente será sensato com os filhos.

Todos precisam fazer a sua parte, denunciar, assumir e colaborar. Não dá para dormir em paz apenas porque os assassinos de Isabella foram considerados culpados.



RUTH DE AQUINO
é diretora da sucursal de ÉPOCA no Rio de Janeiro
raquino@edglobo.com.br

Lugares legais para ir com crianças em Fortaleza


Como mediar o interesse dos pais, que querem um momento de descontração e entretenimento, com os dos filhos, que querem brincar, brincar, e brincar? Para fugir do esquema shopping, a saída são os restaurantes que comportam todo mundo e, principalmente, que possuem espaço e cardápio infantil.

Em Fortaleza, empresários de visão estão investindo muito nesses locais para diversão familiar. É claro que ainda são poucos e todos cobram pelos espaços, mas diante dos benefícios, não chega a ser um entrave.

Listo abaixo alguns deles com comentários de quem experimentou e avaliou.

Cantina di Napoli
Avenida Desembargador Moreira, 125, Meireles
Fone: 3234-0770


Restaurante italiano, que foi escolhido na última edição da Veja como o melhor da cidade. A comida é ótima, os preços bons, principalmente porque tem pratos bem servidíssimos para duas pessoas e pizza (!) que é o melhor para a meninada. O espaço de brincar fica no andar de cima e é excelente, uma espécie de aquário de vidro, climatizado, com brinquedinhos, videogames com tvs de LCD e também vídeos infantis. Agrada desde os pequeninos, que podem ficar montando pecinhas, desenhando ou vendo um vídeos daqueles que não deixam nem piscar os olhos, e também os maiores, já fissurados no joystick do videogame. Com muitas crianças e sem babá, a dica é reservar a mesa que fica em frente ao local, com visão privilegiada.


Dom Churrasco da Beira Mar
Av. Beira Mar, 3222 - Meireles
Fone: (85) 3242.2644

Fica bem pertinho dos trenzinhos da Beira Mar.Ideal para o fim de tarde. Tem um espaço pequeno, mas aconchegante. Com brinquedos grandes,como escorregadores, casinhas, labirintos, gangorras e poucos que privilegiam as habilidade manuais, é uma opção descontraída para todos.Lá o cardápio é multi: tem desde sushi, pastéis, churrasco, pizza até crepes e caranguejos (!). Os pastéis (porção pequena) são imperdíveis. No final de semana, aparece um palhaço por lá (mas os pequenos, às vezes, não gostam).


Picanharia
Av. Br. de Studart, 2470, Aldeota
Fone: (85) 32785008

Uma churrascaria simples que tem um espaço de brincar modesto, com cama elástica, mesa para desenhar e pintar e videogames.Para os pequenos, o tradicional filet com fritas e arroz branco. A vantagem é o preço, o serviço rápido e sempre tês mesas disponíveis.



Barraca Itapariká
Av. Zezé Diogo, 6801, Praia do Futuro
Fone: 3265-3213

Talvez o clima familiar, a limpeza e manutenção do espaço, a sombra maravilhosa nesses tempos de calor, façam a Itapariká o luga ideal para a praia do final de semana. Tem um parque aquático que só entram crianças e os acompanhantes, diferentemente das outras barracas, e também um playground para revezar com as brincadeiras na areia. A dica é ficar numa mesa em frente ao parque aquático, onde os coqueiros fazem uma supersombra, ou então procurar as barracas na parte central, onde a intensidade do sol é menor.


Para não ficar cansativo, depois posto mais dicas.

domingo, 21 de março de 2010

Um boom de bebês!


A minha família e ciclo de amizades vive um boom de bebês. Já começaram a fazer história nesta cidade o Isaac, filho da minha amiga, também jornalista, Marta, e do seu marido Edson Bruno. O Michel, garoto cosmopolita, gerado na França durante a lua de mel de seus pais Natália e Rômulo Campelo, que é meu cunhado. E também o Vinícius, que tem o nome do nosso querido poeta, e veio fazer a felicidade ficar completa para minha prima Adeliza Stella e seu marido George. Todos lindos!

Para contrabalancear e trazer mais graça feminina a este mundo nasceram do médico Julimar e da nutricionista Lara, as gêmeas Luiza e Cecília.

Sejam todos muito bem-vindos e cresçam com muita saúde.

Ressuscitação


Quero ressuscitar este blog. Temos muito o que fazer e dividir neste espaço.

Recomeço com uma indicação de livro "falado". Trata-se do CD "Mil Pássaros", com histórias do livro homônimo da escritora carioca Ruth Rocha, que conta com a própria escritora narrando suas maravilhosas histórias e o grupo Palavra Cantada materializando-as em cantigas que eu mesmo adoro e não paro de cantar.

Não é bom só para criança não. Eu mesma me pego cantando as músicas, dentro do carro (é o CD obrigatório do momento para meus rapazes). As músicas que eles mais gostam é a do camaleão (Bom dia todas as cores) e da lagarta (A primavera da lagarta). E, claro, são também as minhas preferidas.

É baratinho e pode ser encontrado tanto nas lojas da Internet como em livrarias e lojas de disco. O preço é que varia muito. Quem pesquisar, sai ganhando.

Também está disponível para ser escutado na íntegra no site abaixo.

http://cliquemusic.uol.com.br/discos/ver/sandra-peres-e-paulo-tatit/mil-passaros--sete-historias-de-ruth-rocha