segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Limites e sentimentos

Ser permissiva é muito diferente de dar limites. Talvez seja essa coisa de limites uma das partes mais complicadas do relacionamento entre pais e filhos. E saber expressar a medida do limite, com respeito, autoridade, sem ser grosseiro, é um desafio. Eu mesma, não sei se consigo.
Algumas vezes adoto uma linha duríssima, categórica; noutras, sou mais maleável. Em outras, grito, simplesmente.

Hoje de manhã, assim como em alguns episódios, foi um show aqui em casa. Menino não quer acordar, não quer tomar banho, quer tomar café da manhã na hora que bem entender, quer buscar o brinquedo para levar para a escola quando está dentro do elevador, quer botar o cinto de segurança da cadeirinha sozinha.... Jesus! Estamos atrasados!!!!!

Não aguentei e resolvi mostrar que eu também fico chateada, que me incomoda muito ter que administrar uma situação repetitiva e que poderia ser diferente. Reclamei, fui dura e me surpreendi. Eles se comovem e se importam com isso. Lembrei exatamente da descrição de cena de uma colega que tem gêmeas me relatou quando depois de receber os carões, ficaram se abraçando dentro do elevador, como se reconhecessem que estão errados e que se solidarizam com o outro. Fiquei com vontade de rir na hora, mas não dá.

O fato é que, depois, ficaram disputando a minha mão, querendo mais abraços e mais beijos na despedida na escola. Perceberam minha insatisfação e quiseram agradar, garantir o lugar no coração da mãe. Claro que não cedi a esses encantos.

Então, não acho errado uma mãe demonstrar aos seus filhos que algo não vai bem entre eles. É uma relação que vai adiante e deve ser como qualquer outra. As crianças não são intocáveis e devem também ter o desejo de melhorar. Mesmo que, na volta da escola, eles já tenham esquecido tudo o que passou. Uma hora, quando precisarem, eles vão se lembrar.

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