terça-feira, 8 de maio de 2012

Patinação e segurança

O calçadão da Beira Mar e da Praia de Iracema, em Fortaleza (CE), reformado recentemente, proporcionou uma nova modalidade de diversão e esportes não só para crianças, mas para adolescentes e também adultos mais despojados: os patins.

Diariamente, pessoas de todas as idades estão lá fazendo seus zig-zags, tentando se equilibrar em cima das botas rolantes ou ainda fazendo verdadeiras acrobacias. O mais curioso de tudo isso é que quase ninguém usa equipamentos de segurança, como joelheiras, cotoveleiras, capacetes, luvas de proteção, entre outros. No último domingo, em breve passeio pelo local, vi apenas UMA criança usando joelheira, e presenciei inúmeras quedas.

Meu povo, se eu fosse tentar subir nos patins, tinha que deixar uma ambulância de plantão.... Não é fácil mesmo! A possibilidade de queda é muito grande!

E uma queda de patins ou bicicleta pode ser grave. As estatísticas negativas estão aí para atestar que eu "não estou vendo coisa onde não tem". Segundo dado da ONG Criança Segura (www.criancasegura.org.br), os acidentes, ou lesões não-intencionais, representam a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos no Brasil. No total, cerca de 5 mil crianças morrem e mais de 119 mil são hospitalizadas anualmente, segundo dados do Ministério da Saúde, configurando-se como uma séria questão de saúde pública. Segundo a Criança Segura, as quedas representam a principal causa de internação entre os acidentes com crianças e adolescentes de até 14 anos no Brasil. Isso quer dizer que a queda caracteriza-se como o acidente que mais gera hospitalização de crianças.


Tudo bem, não estou aqui tentando cortar o barato de ninguém, mas imagine uma queda de cima dos patins ou até mesmo de uma bicicleta. Não importa a idade, provavelmente cotovelos, joelhos, mãos e até face poderiam ser machucados. Os meninos talvez até por serem mais ousados nos patins estão numa situação mais confortável porque usam calças compridas, ao contrários das meninas com seus shortinhos.

Imagino que os equipamentos de segurança não sejam vendidos juntos com os patins ou ainda possam até ser mais caros que eles, mas, na minha modesta opinião, o uso destes acessórios de segurança deveria ser obrigatório e fiscalizado. Assistir a exposição de crianças de diferentes idades a acidentes não é legal.

Vem aí justamente a boa notícia: a Criança Segura diz que estudos mostram que pelo menos 90% dessas lesões caudasas por acidentes podem ser evitadas com atitudes de prevenção. Sai muito mais barato o poder público ou até empresas de planos de saúde fazerem um alerta sobre isso do que só receberem as vítimas e os prejuízos sociais e financeiros que esses acidentes podem trazer.


Conscientização faz muita diferença e nenhuma mãe ou pai vai querer ver seu filho exposto a riscos.
Por isso, abaixo reproduzo dicas da Criança Segura para prevenção de quedas para os nossos pequenos se divertirem sem riscos.

• Use portões de segurança no topo e na base das escadas. Caso a escada seja aberta, instale redes ao longo dela;

 • Instale grades ou redes de proteção nas janelas, sacadas e mezaninos. As redes devem ter espaços de no máximo 6 cm;

• Crianças com menos de 6 anos não devem dormir em beliches. Se não tiver escolha, coloque grades de proteção nas laterais;
 
• Mantenha camas, armários e outros móveis longe das janelas, pois podem facilitar que crianças os escalem e se debrucem para fora do prédio ou casa. Além disso, verifique se os móveis e o tanque da lavanderia estão estáveis e fixos;

 • Ao andar de bicicleta, skate ou patins, o capacete é o equipamento fundamental. Ele pode reduzir o risco de lesões na cabeça em até 85%;
 • Cuidado com pisos escorregadios e coloque antiderrapante nos tapetes;

 • Crianças devem ser sempre observadas quando estiverem brincando nos parquinhos. O risco de lesão é quatro vezes maior se a criança cair de um brinquedo com altura superior a 1,5 m. Verifique se os brinquedos estão em boas condições e se são adequados à idade da criança. O piso deve ser de absorção para a queda, como gramas, areia e borrachões com espessura acima de 3 cm;

• O uso de andadores não é aconselhado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Além de comprometerem o desenvolvimento saudável da criança, podem causar sérias quedas;

• Mantenha uma mão segurando o bebê durante a troca de fraldas. Nunca deixe um bebê sozinho em mesas, camas ou outros móveis, mesmo que seja por pouco tempo;

• Crianças não devem brincar perto de barreiras e barrancos.

Saiba mais:
 
Entre as principais causas de quedas com bebês estão os móveis, escadas e andadores. Este último é responsável por mais acidentes que qualquer outro produto infantil destinado a crianças entre 5 e 15 meses. A maior parte das lesões resulta de quedas em escadas ou simplesmente por tropeços quando estão no andador. Não use andador com rodas.

 A queda de objetos pesados sobre a criança, como televisores por exemplo, também pode causar lesões graves e até a morte. A televisão costuma ser muito atrativa para os pequenos, com tantos botões, imagens e sons. A criança pode tentar mexer sozinha no eletrodoméstico ou mesmo equilibrar-se nele para levantar do chão, causando a queda da TV - ou qualquer outro objeto pesado - sobre ela. Por isso, supervisione sempre a criança, mesmo que em uma atividade a princípio sem riscos como assistir TV. Certifique-se de que os móveis, além de fixos e estáveis, podem suportar bem o peso do aparelho.


(Fonte: Criança Segura- www.criancasegura.org.br)

Um comentário:

  1. Achei seus post super pertinente, entretanto, com um tom um tanto quanto "terrorista".
    Concordo, plenamente, que equipamentos de segurança são mais do que uteis, são fundamentais. Porém, lendo o texto, principalmente os primeiros parágrafos, se eu não tivesse tido uma infância típica, com liberdade, muita diversão e, claro, riscos, não deixaria de jeito nenhum um filho meu brincar com equipamentos "tão perigosos". Pelo menos, não após ler este material...
    Entendi o propósito e o acho nobre... Mas devemos lembrar que riscos estão presentes em todas as atividades, principalmente dentro de um lar que via de regra tem nuances muito inóspitas para crianças e se fossemos levar em conta as estatísticas de causas de acidentes para balizar nossas atividades, provavelmente, não sairíamos da cama.

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